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Gabriel Antonio do Rosário Gonçalves

por Pablo Damian Borges Guilherme publicado 18/09/2023 14h04, última modificação 18/09/2023 14h40

CARANGUEJO-UÇÁ (Ucides cordatus (Linnaeus, 1763)) COMO BIOINDICADOR AMBIENTAL

 

Gabriel Antonio do Rosário Gonçalves1, Cassiana Baptista Metri1, Fabrícia de Souza Predes1

 

1Universidade Estadual do Paraná Campus Paranaguá /Paranaguá, PR.

 

Palavras-chave: contaminação; elementos-traços; estuário

 

Resumo: Os estuários são caracterizados como ambientes essenciais tanto para a conservação da biodiversidade quanto para a socioeconomia litorânea. Importantes ecossistemas são encontrados nos estuários, enfatizando os manguezais como um dos mais importantes. Diversos serviços ecossistêmicos são prestados pelos manguezais, podendo citar a manutenção da linha da costa, combate as mudanças climáticas, filtro biológico, abrigo e alimento de uma ampla biodiversidade que por consequência mantem os estoques pesqueiros estáveis. Dentre os principais recursos pesqueiros provindos pelos manguezais, destaca-se o crustáceo braquiúro Ucides cordatus, conhecido popularmente como caranguejo-uçá. Entretanto, os recursos e os ecossistemas estuarinos sofrem cada vez mais com ações antrópicas, podendo citar atividades portuárias, industriais, despejo incorreto de efluentes domésticos e resíduos sólidos como as principais ações que lançam uma vasta gama de contaminantes no ambiente. Tendo em vista a contaminação crônica dos estuários, o presente trabalho visa utilizar U. cordatus como bioindicador de elementos traços, correlacionando suas concentrações com possíveis alterações morfológicas em seus tecidos. Os tecidos musculares, brânquias e hepatopancreaticos foram submetidos a digestão química e posteriormente a absorção atômica com plasma acoplado indutivamente (ICP-AES). Já para as análises histológicas, as brânquias e o hepatopâncreas seguiram protocolo padrão de inclusão em parafina. Dados preliminares apontam contaminação continua nas quatro áreas monitoradas, com 6 dos 7 metais com limites determinados por legislações vigentes acima do permitido nos tecidos do caranguejo. Danos histológicos nas brânquias foram observados, sendo o encurtamento lamelar e a hiperplasia lamelar como as alterações mais observadas. Espera-se que a continuação das análises laboratoriais histológicas com posterior análise dos dados possibilitará melhor entender como os tecidos dos caranguejos respondem aos contaminantes, além disso, a possibilidade de correlacionar a acumulação dos elementos traços com as alterações histológicas. Preliminarmente, os dados sugerem que uma visão cautelosa sobre o recurso deve ser considerada, tanto na perspectiva da conservação da espécie quanto da saúde humana. Dentre os tecidos, o hepatopâncreas mostra ser o principal tecido a acumular os elementos traços, todavia as brânquias demonstram ser um tecido mais sensível aos contaminantes, apresentando danos histológicos.

 

Apoio financeiro: Fundação Boticário de Proteção à Natureza (projeto financiado 118-20181) e CNPq.