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Novo estudo sobre bioinvasão em estruturas flutuantes no Paraná
Os professores do Programa de Pós-Graduação em Ambientes Litorâneos e Insulares (PALI), Rafael Metri, Cassiana Baptista-Metri, Yara Aparecida Garcia Tavares e Pablo Damian Borges Guilherme, acabam de publicar um trabalho de destaque na área de ecologia marinha, abordando o impacto das bioinvasões em estruturas flutuantes artificiais, como boias de sinalização, na região portuária do Paraná.
Resumo do Estudo
O artigo intitulado "Navigation buoys as stepping-stones for invasive species" destaca como o tráfego marítimo entre continentes é um dos principais fatores responsáveis pela introdução de organismos bentônicos em novas regiões, ultrapassando barreiras geográficas que limitam a dispersão natural das espécies. Além disso, estruturas flutuantes artificiais, como boias, também atuam como dispersores secundários na introdução de espécies exóticas em escala regional.
Os pesquisadores analisaram a fauna associada às boias que demarcam o canal de acesso aos portos do Paraná, com foco na identificação de espécies invasoras introduzidas. Amostras biológicas foram coletadas de 23 boias localizadas em diferentes setores do estuário e em suas correntes de fixação, totalizando 73 amostras. No total, foram identificados 88 táxons, sendo metade composta por organismos sésseis e a outra metade, vágeis.
Principais Resultados
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Entre os organismos sésseis colonizadores das boias, espécies introduzidas representam mais da metade dos táxons identificados em nível de espécie.
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As comunidades variam conforme a localização das boias no estuário, sendo que os setores mais salinos abrigam uma maior proporção de espécies introduzidas, devido à sua adaptação a fatores oceanográficos, como a influência marinha e as trocas de água impulsionadas pelas marés.
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Não foram registradas novas espécies exóticas na região, mas a predominância de invasores ressalta o papel facilitador das boias na disseminação dessas espécies.
Implicações e Recomendações
Diante dos impactos negativos das espécies não nativas nos ecossistemas naturais e na economia, o estudo alerta para a necessidade de programas de monitoramento ambiental e de uma manutenção mais frequente das boias de sinalização. Essas ações poderiam mitigar a propagação de bioinvasores e contribuir para a proteção dos ambientes costeiros.
O trabalho representa uma importante contribuição para a gestão ambiental e a preservação da biodiversidade na região, reforçando o compromisso dos pesquisadores do PALI com a sustentabilidade e o desenvolvimento científico.
Para acessar o artigo completo, visite: Navigation buoys as stepping-stones for invasive species.